Neta do sol
Eu agora trabalho segunda, quarta e sexta na Ilha do Governador. Sabe a Ilha? Não, né. Sabe o Aeroporto? Então. Ali perto. O bom é que estou indo com o carro do meu irmão. O carro do meu irmão tem som. O meu não, o que não faz o menor sentido. Tenho escrito pouco até por isso. No meu carro, sem som, tinha altas idéias e anotava uma ou outra observação dessa cidade insana. Agora piloto um carro dois ponto zero na Linha Vermelha (sei onde estão os pardais), gritando de vidros abertos Hot Chip, Sonic Youth, Janis Joplin, Mundo Livre, Frank Sinatra, Caetano… É uma coisa boa, tá me fazendo bem não pensar tanto e só cantar, cantar, cantar, esqueço do ar condicionado e vou de vento mesmo.
Mas o melhor, meus caros míseros leitores, curiosos, amigos, piscopatas: eu volto da ilha às 16:30. O entardecer me causa um torpor que só a lua conseguia comigo. O som no talo, e aquele sol ALI, tá tá tá tá tá tá, zumbido infinito no meu ouvido. Um cheiro tenebroso do Fundão, um cenário miserável e perturbador, e o sol ali caindo como a bandeira do Japão, círculo vermelho, bola solitária pegando fogo.
Uns coqueiros pra acalmar o caos, o sol caindo e eu nem aí para o trânsito.
Eu sou uma bola solitária pegando fogo.
Eu vou à Ilha aos sábados… tenho que estar lá Às 8h. É foda!
oba! vou te visitar lá!! pertinho de casa
Que fotos lindas!! Imagine ao vivo, hein? hehehe bjs
E eu sou a Estrela Solitária gritando Fogo!!! Arrá!!!
Você se encanta com o sol pq brilha igual a ele, Letícia!