Dicas Culturais (1)
Nome do estabelecimento: Bar Roque I
Tipo: Pé-sujíssimo
Local: Dias Ferreira, esquina com Bartolomeu Mitre, Leblon
Frequência: A mais eclética e esdrúxula possível
Pontos fracos da casa: A cerveja morna e os saquinhos de azeitona cinza
Pontos altos da casa: Não tem
Tem entretanto um somzão pendurado que toca implacável e furioso funk carioca e tem um gerente português com a famosa camisa de pano azul de gerente português, sessenta anos, óculos pesados e ralos fios de cabelo tingidos, obviamente, de preto atravessando o topo da cabeça, de um lado ao outro, de modo a disfarçar a indisfarçável calvície. Ontem, entre um atendimento e outro, o pancadão rolando, o portuga dava uma dançadinha tipo assim: andava pra frente e ia arrastando os dois pés no chão, enquanto fazia ao mesmo tempo um movimento de vai e vem alternado com os dois braços. Gestos pequenos e contidos, lá vai ele arrastando os pés e cantando: Vou subir no palco ao som do tamborzão, sou cachorrona mesmo e late que eu vou passar.
Roque I, um clássico do cinema-boteco.
Frequentei-o em quase todas as quartas-feiras entre sei lá, 1999 e 2001, quando dois amigos meus foram morar sozinhos num apê ali perto e a gente via na TV as rodadas de meio de semana de qualquer campeonato de futebol, com cervejas compradas a casco no Roque I, tudo a pretexto de enchermos a lata, falarmos muita merda e arranjarmos dolorosas quintas-feiras de ressaca no trabalho e na faculdade. Bons tempos…
Alguém sabe onde ficam as continuações de Roque? (Presumo, claro, que elas existam)