E aconteceu. O nome do mascote dos Jogos Pan-americanos Rio 2007 é Cauê, escolhido de uma competição com Luca e Kuará.
De acordo com a organização dos Jogos, Cauê…
“…vem do Tupi, é um nome próprio, possivelmente derivado de auê, uma saudação Tupi que significa salve! Em dicionários de nome próprios significa homem bondoso que age com inteligência. Alguns escritores afirmam ainda, que Cauê é uma bebida tupi (Kawi) que confere poderes de bondade e sabedoria.”

Para mim, o Rio 2007 já cheira a caô. O prefeito diz que as obras estão em tempo – e não estão. Pelo menos metade das competições acontecerá na Barra da Tijuca e imediações, quando deveriam servir como reabilitação de alguma área degradada da cidade.
Isso aconteceu em Barcelona, na Olimpíada de 1992, quando a zona portuária foi completamente restaurada e reintegrada à cidade com comércio, lazer e vida noturna. Hoje não há turista que visite a cidade e não queira visitar o porto. Fora dos esportes aconteceu o mesmo com Lisboa em 1998, por conta da Exposição Internacional. A zona portuária, destruída, foi transformada com centro de convenções e infra-estrutura em geral para os visitantes. Hoje é recheada dia e noite com exposições, shows, bares e restaurantes.
Aqui, a organização criou a vila olímpica no meio do nada e deslocou o eixo da competição para cerca de 30 quilômetros de distância do Centro da cidade. A idéia é clara: perpetuar o que já acontece, com o êxodo de residências, empresas e comércio do Centro da cidade para a Zona Oeste.
Investir na zona portuária com novos complexos esportivos, blocos residenciais, comércio, lazer e segurança seria um bom pontapé na renovação do espaço. O Rio vive apenas de lado para o mar, porque no outro lado, o da Baía da Guanabara, não há qualquer integração.