Cadê o Calder?!
Um dos grandes nomes da escultura moderna, Alexander Calder ficou conhecido como o criador dos famosos móbiles, esculturas abstratas compostas de módulos suspensos. Seus trabalhos estão presentes nos grandes museus e coleções do mundo e se caracterizam, sobretudo, pela sua leveza e por um lirismo quase pueril. Falecido em 1976, Calder tinha assim, um espírito brincalhão, meio moleque, e por isso se identificou muito com a cultura brasileira. Visitou o Rio em três ocasiões e em duas delas veio para montar suas individuais, que aconteceram no prédio do MEC em 1948 e no MAM em 1959.
O Paço Imperial inaugura hoje, dia 28, uma grande mostra em que apresenta o resultado da fértil relação entre o grande artista e a cidade, particularmente. A exposição apresenta móbiles, stabiles, esculturas, pinturas, desenhos e objetos do artista. Mas, como se trata de Rio de Janeiro, infelizmente temos que acrescentar uma nota triste nesta história. O Parque da Catacumba, ali na Lagoa, possuia há alguns anos um trabalho de Calder que, graças à usual parceria entre o desleixo governamental e a bandidagem de plantão sumiu, tomou doril… Se não foi derretida por algum imbecil — assim como a Jules Rimet — a escultura, que deve valer aí um montão de mil dólares, provavelmente deve estar decorando a varanda de algum bandido nacional ou estrangeiro.
Calder no Brasil I Paço Imperial: Praça XV, 48, Centro I Inauguração: terça, 28 de novembro 2006, às 18h30 [aberta ao público] I Em cartaz até 11 de fevereiro 2007 I Terça a domingo, das 12 às 18h I Entrada franca
foto: Calder fazendo careta pra Baía de Guanabara.