Adventures of a Gringa in Rio: Rocinha 2006
Conheça mais um pouco do Rio na visão de uma novaiorquina: Flashback: Rocinha 2006.
Conheça mais um pouco do Rio na visão de uma novaiorquina: Flashback: Rocinha 2006.
Mentira, é claro.
O estado de abandono deste Rio de Janeiro virtual reflete sem querer o estado de abandono em que se encontra o Rio de Janeiro real.
As minhas parcas e porcas intervenções, porém, não refletem nem de longe o cheiro de “armação” das inúmeras e porcas intervenções do poder público no Rio de Janeiro real.
Isso significa apenas que eu estou um pouco cansado de enfrentar o trânsito caótico, as poças enlameadas, a sujeira, a triste mendicância que invade as ruas e os transportes coletivos…
Mas não significa que os cariocas desistiram. Os blogs que eu já citei aqui continuam bombando e caso algum desavisado entre aqui, não deve se deixar levar pelo desânimo.
Visitem o Rio que mora no mar, por exemplo. Ou o Rio em disco. Ambos com uma visão idílica do Rio de Janeiro que foi e que ainda poderá ser. Ou o Adventures of a Gringa in Rio, para uma visão mais crítica.
Se uma visita a São Paulo for inevitável, sugiro uma lida nas crônicas da Isa em seu Travel Journal. Estrangeira, mas não muito, já que ela é portuguesa e parte de sua família vive ali, Isa exibe em tiradas rápidas um ponto de vista frequentemente divertido e sempre carinhoso com aquela imensa cidade.
E há muito mais pra se ver por aí.
No entanto, o post que me chamou a atenção foi este, do belo blog Rio que mora no mar, inspirado na chuvarada de ontem (e que pode se repetir hoje e nos próximos dias).
A poesia de Manuel Bandeira é, como o post, tão bela quanto singela, como tudo o que este mestre fazia.
Eventos não faltarão, como mostra esta notícia.
Uma bela, divertida e realista Ode ao Rio, que ilustra bem a tese de que é difícil explicar esse amor ao Rio de Janeiro.
A chamada da primeira página, reproduzida ao lado, é significativa.
(Uma parte da reportagem pode ser lida online aqui.)
A rápida e simpática passagem da atriz Julianne Moore pelo Rio de Janeiro não chegou a afetar muito a rotina da cidade.
Continua difícil caminhar pelas calçadas do Rio.
O início da rua São Clemente, em obras, é uma eloqüente demonstração de desrespeito ao pedestre.
Como são tomadas estas decisões? É um plano? Faz parte da campanha eleitoral ou da anticampanha habitual?
In other words: There’s no Rio de Janeiro at all.
O Rio é uma cidade que precisa ser vista.
Ver o Rio é ver sua beleza, mas também o que falta e o que está sobrando para que ela seja também uma cidade agradável de se viver ou de se passear.
Época de eleições municipais, as campanhas bombando nas ruas, é a época ideal para se discutir isso.
O jornal O Globo de domingo, 17/08/08, publica, na pág. 8, na série O Rio da Gente, sob o título “Um olhar estrangeiro”, um artigo do empresário japonês Todd Takahashi, que mora no Rio de Janeiro há onze meses e é gentil com a cidade.
No entanto, ele admite que sente saudades de Tóquio sempre que tenta:
2. Andar de bicicleta pela cidade. As ciclovias são precárias e não são integradas. O governador do Estado do Rio de Janeiro parece estar inteiramente de acordo com o senhor Takahashi, ao menos neste ponto. As últimas vezes em que foi visto sobre uma bicicleta, Sua Excelência se encontrava em Paris ou em Berlim.
3. Caminhar com tranqüilidade pelas ruas. Há dias melhores que os outros. Há lugares mais ou menos piores do que outros. Mas, se você precisar da ajuda de um policial, provavelmente vai ter dificuldades de encontrar um e, quando encontrar, provavelmente vai precisar lidar com um profissional mal pago, mal treinado e muitas vezes com má vontade.
A empresária e historiadora Sueli Gama, que mora no Rio há dezessete anos, além dos pontos positivos que ela também ressalta, na mesma série, na pág. 3 da edição de 18/08/08 de O Globo, em artigo intitulado “Vamos sair ao sol”, acrescenta mais um problema que precisa ser resolvido quando se quer:
Há outros problemas. Todos precisam ser atacados. A experiência de outras cidades no mundo inteiro, no entanto, revelam que a solução de todos estes problemas é possível em curto prazo e pode ser, se não mais barata, certamente muito mais rentável do que a propaganda oficial que é feita para encobrir a falta de consideração dos responsáveis para com a população.
(*) Bem-vindo, em japonês (eu li em várias páginas por aí).