História secreta do Rio de Janeiro
O canal de TV a cabo The History Channel apresenta, na séria “História Secreta”, um episódio sobre o Rio de Janeiro. Confira as datas e os horários no site do canal.
O canal de TV a cabo The History Channel apresenta, na séria “História Secreta”, um episódio sobre o Rio de Janeiro. Confira as datas e os horários no site do canal.
O que não ficou claro, entretanto, é se o motorista aproveitador é o tal batista que tem 22 anos e estava na madrugada de ontem no Bar O Pibel, “prossimo” à Voluntários da Pátria. De qualquer modo, o seguro morreu de velho, vou recomendar expressamente à minha mãe que evite pegar o ônibus da linha 754 — Sulacap x Barra da Tijuca — e que, de forma alguma, vá tomar umas cervejas ali no Pibel, em Botafogo.
Sábado à noite, indo pro churrasco ali em Botafogo, passei antes num boteco na Paulo Barreto pra comprar umas latinhas de cerveja e, já que tava ali mesmo, aproveitei pra beber uma garrafa. Pé-sujo minúsculo. Um atendendo e quatro outros no balcão, bebendo e falando merda. A novela rola na TV.
– Ah, imagine aí, os pais são brancos e vão adotar um neguinho, só em novela… Diz o balconista.
– Qual é o problema?
– O problema é que isso aí não existe! O pessoal só quer lourinho pra filho… eu sei o que estou dizendo, eu conheço a história… você já ouviu falar em Rômulo e Remo? Pois é. Eram dois moleques que comiam a mãe… comiam a própria mãe!
– Quê isso, rapaz? Tá confundindo as coisas, esses dois que você tá falando mamavam numa loba…
– Mamavam numa loba mas também comiam a mãe… eu sei… depois disso eles fundaram Roma.
– Ha-ha! Comeram a mãe, fundaram Roma e depois vieram trabalhar nesse botequim! Ha-ha-ha!
A conversa cessa de repente porque a Alessandra Negrini surge na tela interpretando a Paula ou a Taís, não sei. Silêncio absoluto. Todos, inclusive eu, assistimos à performance da mulher do Otto. Enquanto isso chega uma outra morena, menos famosa mas nem por isso menos bacana, que pede alguma coisa, duas ou três vezes, acenando com uma nota na mão, sem sucesso. Silêncio absoluto. Ela então sobe o tom de voz:
– Desculpem interromper a novela de vocês mas é que eu queria comprar um maço de cigarro.
Gargalhadas no botequim.
Deu no último Globo Repórter: a carioca é a mulher que mais trai no Brasil. Quase 35% delas admitiram que pulam a cerca.
Confira o mapa brasileiro da peruca de touro aqui.
Alô aê! Alô aê! O velho guerreiro apresenta… a calcinha Exocet.
Só uma curiosidade pra vocês…
A seqüência do filme “Italian Job” será filmada no Rio de Janeiro e tem lançamento previsto até 2008. “The Brazilian Job” terá Mark Wahlberg, a gata da Charlize Theron, Jason Statham, Seth Green, Mos Def entre outros. A produção estaria em contato com atores brasileiros para o elenco de apoio.
O script está sendo escrito e revisado desde o ano passado então ainda falta realmente um pouco pra vermos a Charlize tomando água de côco no Big Bi, mas a esperança é a última que morre. :)
P.S.: O “Italian Job” original é de 1963 e estrelava Michal Kaine (pronuncia-se: my cocaine) e Noel Coward.
Eu tenho medo. O capítulo de ontem da novela Páginas da Vida (do Manoel Carlos) me preocupou bastante por diversos motivos. Com aquele desfecho da moça carioca revelando que as mães recolhem seus filhos das festas a que leva sua enteada portadora da Síndrome de Down, um deles é a possibilidade de alguém de fora rotular o Rio como cidade preconceituosa contra essas crianças. Sim, porque convenhamos, ainda que o Rio das Páginas da Vida (do Manoel Carlos) seja o Leblon cheio de paulistas, ainda assim é a cidade que vendemos para fora no momento. Outro dia mesmo era o Andaraí das manicures gostosas, e outro dia mais remoto ainda era o Marrocos das libanesas sem pêlo e sem nariz. Mas agora é a vez do Leblon, da rejeição ao bebê-Down e da Regina Duarte.
Aliás, eu tenho pavor da Regina Duarte. Vocês não?
Uma geração inteira ficou marcada pelos vôos do Balão Mágico, programa infantil transmitido pela Rede Globo entre 1983 e 1986; tendo sido substituído por uma loura oxigenada vestindo minissaias/shortinhos ultra sexy e cantando músicas com letras sobre sedução ou às vezes sobre personagens de desenhos animados americanos. O Balão Mágico era um quarteto: Simony, Jairzinho, Mike e Tob; que juntos venderam mais de 10 milhões de discos com as músicas do programa, que era realmente divertido e enriquecedor para as crianças da época. Às vezes contavam com a ajuda dos grandes: atores, cantores ou humoristas célebres da época faziam participações especias, contracenando com os pequenos em suas histórias e aventuras. Inteiramente gravado no Rio de Janeiro – e contando com um bocado de cenas externas – era o símbolo de uma infância feliz em terras cariocas.
Foi durante esta “era Balão Mágico”, de estética lúdica e narrativa quase psicodélica, que a Globo produziu alguns de seus melhores especiais infantis, sempre em formato “aventuras musicais”: a Arca de Noé, Pirlimpimpim e o antológico Plunct-Plact-Zum (em 1984), que trazia estrelas da época como Jô Soares, Aretha, Maria Bethania, Zé Rodrix, Fafá de Belém e Raul Seixas. Este último responsável pelo maior hit do especial, o inesquecível “Carimbador Maluco”, título da canção que até hoje empolga adultos e crianças. Raul Seixas foi um cantor que começou a carreira tentando imitar seus ídolos do rock americano, mas que logo tomou caminhos mais originais; tendo se tornado um dos mais representativos artistas de sua época. Meio louco e meio hippie, compôs com seu melhor amigo Paulo Coelho canções que até hoje influenciam o rock brasileiro. Raul Seixas morreu em 1989 por conta do alcoolismo, já Paulo Coelho tornou-se um publicitário e anos depois resolveu largar tudo para tornar-se escritor. Quanto ao Balão Mágico: Simony tornou-se uma celebridade trash na imprensa marrom, Mike – filho do célebre ladrão inglês Ronald Biggs – sumiu do showbiz, assim como Tob; e Jairzinho tornou-se um músico medíocre, ao tentar seguir os passos do pai Jair Rodrigues, um importante nome do samba brasileiro entre as décadas de 60 e 80.
Algumas crianças, hoje em corpos de adultos, às vezes ainda vislumbram um imenso balão azul nos céus do Rio.
Pendant ce mois de juillet j´ai du rester quelques jours hors du pays, et dés que je suis rentré j´ai apris sur la polemique au tour du temoignage sur masturbation à la novela “Páginas da Vida“, òu une dame dejá à la soissantaine racontais sur le jour òu elle a finalement connu l´orgasme – en ayant entendu um album à Roberto Carlos avant se couché et en s´etant reveillé au milieu de la nuit, toute mouillée. La presse donnait pas mal d´attention au sujet et tout mes amis en etait au courant. Lundi de la derniere semaine j´etait etonné en regardant à la une du journal O Globo sur le vol de R$4 billions (1,5 billions d´euros) qu´a peut être eu lieu à l´Alerj (departement public). J´en ai pas entendu parler aprés, ni aux rues, ni au boulot, aucun commentaire. Aujourd-hui – une semaine aprés – je vois à la une du même O Globo une des scenes les plus moches de ces derniers mois: le bebê tout chifonné au Liban, toujours vivant malgrés les bombes. La on est deja à la deuxiéme moitié de la journée et j´en n´ai toujours pas entendu parler; aparament personne est choqué ou derangé. Pas evidant de vivre à une ville et dans um pays ou le sexe choque et derange; et les vols d´argent publique et la violence pas autant.
Durante o mês de julho fiquei uns dias fora do Brasil e assim que voltei tomei conhecimento sobre a polêmica do tal depoimento sobre masturbação na novela Páginas da Vida, onde uma senhoura carioca de sessenta e tantos conta sobre a noite em que teve seu primeiro orgasmo – tendo escutado um disco de Roberto Carlos e acordado de madrugada “toda babada”. O espaço na imprensa era enorme e todos os meus amigos comentavam o assunto. Na segunda-feira da semana passada fiquei boquiaberto ao ler na capa do O Globo sobre o roubo de 4 bilhões (!!!) de reais supostamente ocorrido na Alerj. Não escutei nenhum comentário à respeito, nem no trabalho, nem nas ruas, nem unzinho. Hoje – uma semana depois – vejo na capa do mesmo jornal uma das cenas mais feias dos últimos meses: o bebê todo estrupiado no Líbano, ainda vivo depois do ataque que matou um monte de crianças. O dia já tá na segunda metade e também ainda não ouvi nenhum comentário, ninguém ficou espantado ou constrangido. Complicado viver numa cidade e num país onde sexo choca e constrange; e roubo de dinheiro público e violência nem tanto.